terça-feira, abril 14, 2009

POLUIÇÃO SONORA


Já é a segunda vez que começo a escrever sobre o assunto.
Na primeira, desisti. Por um momento pensei que era besteira, frescura - "tanta gente morrendo de fome lá fora, e eu aqui preocupada com um barulhinho na minha janela??"
Mas, PUTA QUE PARIU, eu fico putaaaaa!!!!!!

Não importa se existem causas maiores ou mais importantes às quais precisamos dar atenção. OK. Mas o barulho do supermercado Pão de Açúcar na minha janela às 05:30 da manhã estraga o meu sono, eu acordo mal-humorada, estraga o meu dia, e assim - com toneladas e toneladas de seiláoquê martelando o meu cérebro, corpo e mente - eu não posso pensar em mais nenhuma causa.

Eu queria que os caminhões fossem descarregar a essa hora lá na porta do Abílio Diniz. E nem te conto o que eu queria que tivesse dentro dos caminhões. (mas começa com um M bem grande).
É isso.
Deixo aqui algumas considerações sobre o assunto que pesquei na internet, e sigo com a esperança de uma manhã silenciosa, só eu, meus pensamentos, e um barulho gostoso de tráfego ao fundo.

"É importante esclarecer que a poluição sonora não é, ao contrário do que pode parecer numa primeira análise, um mero problema de desconforto acústico.

O ruído passou a constituir atualmente um dos principais problemas ambientais dos grandes centros urbanos e, eminentemente, uma preocupação com a saúde pública.

Trata-se de fato comprovado pela ciência médica os malefícios que o barulho causam à saúde. Os ruídos excessivos provocam perturbação da saúde mental. Além do que, poluição sonora ofende o meio ambiente e, conseqüentemente afeta o interesse difuso e coletivo, à medida em que os níveis excessivos de sons e ruídos causam deterioração na qualidade de vida, na relação entre as pessoas, sobretudo quando acima dos limites suportáveis pelo ouvido humano ou prejudiciais ao repouso noturno e ao sossego público, em especial nos grandes centros urbanos.

Os especialistas da área da saúde auditiva informam que ficar surdo é só uma das conseqüências. Os ruídos são responsáveis por inúmeros outros problemas como a redução da capacidade de comunicação e de memorização, perda ou diminuição da audição e do sono, envelhecimento prematuro, distúrbios neurológicos, cardíacos, circulatórios e gástricos. Muitas de suas conseqüências perniciosas são produzidas inclusive, de modo sorrateiro, sem que a própria vítima se dê conta. (3)

O resultado mais traiçoeiro ocorre em níveis moderados de ruído, porque lentamente vão causando estresse, distúrbios físicos, mentais e psicológicos, insônia e problemas auditivos. Além disso sintomas secundários aparecem: aumento da pressão arterial, paralisação do estômago e intestino, má irrigação da pele e até mesmo impotência sexual. (4)

Estas nocividades estão em função da durabilidade, da repetição e, em especial, da intensidade auferida, em decibéis.

Para Rosane Jane Magrini (5), a poluição sonora passou a ser considerada pela OMS (Organização Mundial da Saúde), uma das três prioridades ecológicas para a próxima década e diz, após aprofundado estudo, que acima de 70 decibéis o ruído pode causar dano à saúde. De modo que, para o ouvido humano funcionar perfeitamente até o fim da vida, a intensidade de som a que estão expostos os habitantes das metrópoles não poderia ultrapassar os 70 decibéis estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde.

O nível de ruído entre duas pessoas conversando normalmente se situa entre 30 (trinta) e 35 (trinta e cinco) decibéis. (6)

A Organização Mundial da Saúde, segundo Rosane Jane Magrini (7), relata que ao ouvido humano não chega a ser agradável um barulho de 70 decibéis e, acima de 85 decibéis ele começa a danificar o mecanismo que permite a audição. Na natureza, com exceção das trovoadas, das grandes cachoeiras e das explosões vulcânicas, poucos ruídos atingem 85 decibéis.

O ouvido é o único sentido que jamais descansa, sequer durante o sono. Com isso, os ruídos urbanos são motivos a que, durante o sono, o cérebro não descanse como as leis da natureza exigem. Desta forma, o problema dos ruídos excessivos não é apenas de gostar ou não, é, nos dias que correm, uma questão de saúde, a que o Direito não pode ficar indiferente. (8)

Há de lembrar-se que o mundo do direito não está alheio aos atos lesivos provocados pelo ruído, na medida em que ele atinge a saúde do homem.

Apesar de todos saberem os efeitos da poluição sonora e, inobstante haver Leis Municipais, legislação específica e até outros projetos isolados, de nada adiantam, se a fiscalização dos órgãos competentes, notadamente das Prefeituras, continuarem praticamente inoperantes."

[fonte: http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=5261]

2 comentários:

Gabriel Madeira disse...

Oi Lau :)
Eu visito sempre teu blog.

Cara, eu passei três dias numa casa longe da cidade, num alphaville da vida.

Hoje eu voltei pro meu apartamento e o som da pompéia no meu ouvido faz toda a diferença!

Leo Grimaldi disse...

Barulho.
Está em todo lugar, e poucos se preocupam e controlar.
E como disse sabiamente a Mayumi, não é um probleminha, um pequeno incômodo. È uma séria crise de saúde pública.
Continue assim Mayumi. Diga tudo que precisa ser dito.
Abaixo ao Diniz !!!